quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014


Espinheira Santa
Sinonímia: cancerosa, cancorosa, cancorosa, cancorosa de sete, espinho, cancroso, congorça, coromilho do campo, espinheira divina, espinho de deus, salva vidas, sombra de touro, erva cancrosa, erva santa, etc.

Nome Cientifico: Maytenus ilicifolia (Schrad.) planch.
Família: Celastraceae.

A Espinheira Santa é considerada uma planta de importância, pois é empregada na medicina popular para o tratamento dos diferentes tipos de doenças, na ornamentação e participa nas relações ecológicas em seu ambiente natural. Apesar de sua distribuição ampla em diferentes regiões, a mesma, corre risco de extinção. Por este motivo, seu cultivo é uma das práticas para garantir a sobrevivência da espécie.
É considerada árvore de pequeno porte ou arbusto grande. Está distribuída geograficamente no Paraguai, Bolívia, Argentina, Uruguai e grande parte do Brasil como Mato Grosso do Sul, de São Paulo ao Rio Grande do Sul. As folhas são simples, alternas, duras, com margem geralmente espinhentas. As flores são pequenas de cor amarela. Os frutos são capsuladas, oblongas, deiscentes de cor vermelha. Apesar da planta ocorrer nas varias formas florestais, ela é preferencialmente um componente da mata com araucária. Na região sul ocorre em campos pedregosos sendo considerada uma planta pioneira tardia, especialmente ao longo dos riachos (BAKES; IRGANG, )¹.
A planta é usada como medicinal e varias pesquisas comprovam sua eficácia. O uso desta planta na medicina popular vem sendo usada a muito tempo para a cura de doenças estomacais como gastrite e úlceras, antisséptico, entre outras. Na medicina herbalística dos EUA as folhas são empregadas para úlceras , recomposição da flora intestinal, inibição de bactérias patogênicas, como laxante, eliminar toxinas através dos rins e pele, entre outros. As pesquisas com esta planta iniciaram na década de 60, estimuladas por sua eficacia no tratamento de úlcera e do câncer. Estudos revelaram que a planta contém compostos antibióticas que mostram potente atividade anti-tumoral e anti-leucêmica. Sua potente atividade anti ulcerogênica foi demonstrada num estudo farmacológico de 1991, confirmando que um simples extrato de água quente de sua folhas foi tão eficaz quanto duas das principais drogas usadas para o tratamento (ranitidina e cimetidina) (LORENZI; MATOS, 2002)².
Além da importância na medicina popular, sua características dão um atributo ornamental e ecológica. Suas folhas e frutos, são semelhantes a "azevinho" (uma planta usada nas decorações de natal, principalmente no hemisfério norte), tendo por esta razão sido introduzida no paisagismo (LORENZI; MATOS, 2002)². Por ser uma espécie frutífera, tem grande importância ecológica em seu habitat natural, pois vários pássaros se alimentam dos seus frutos capsulados (BAKES; IRGANG, )¹.
As plantas nativas geralmente são extraídas diretamente da natureza, sem uma preocupação com o cultivo. Devido sua importância medicinal, as coletas das folhas e outras partes das planta foram sendo coletadas ao longo dos anos para preparo de chás e infusões sem se preocupar em poder cultivar nos próprios quintais. Hoje restam poucos exemplares na natureza, considerada ameaçada de extinção.
Por estes motivo, o cultivo é uma das melhores formas para a preservação da espécie, podendo ser feita diretamente em canteiros através de sementes. As sementes são postas para germinar logo após colhidas. A germinação acontece em 15 a 20 dias. O plantio é feito entre 5 a 7 meses depois de semeadas (BAKES; IRGANG, )¹. A floração acontece nos meses de agosto a outubro e a frutificação de outubro a janeiro³.

Bibliografias

1 BACKES, PAULO; IRGANG, BRUNO. Árvores do Sul Guia de Identificação e Interesse Ecológico. S.1, s.ed, s.d., 326 p.
2 LORENZI, H. MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil. Nativas e exóticas. Editora Nova Odessa, 2002.
3 Observado no PMTec URI.

Pitanga
Sinonímia: pitanga branca, pitanga do mato, pitanga rósea, pitanga roxa, pitangatuba, pitangueira, ubitanga, pitangueira-vermelha, ibipitanga, ubipitanga, ginja, jinja.

Nome Científico: Eugenia uniflora L.
Família: Myrtaceae

A pitangueira é uma planta frutífera entre as mais conhecida e divulgada que se conhece de fruta nativa. A espécie é amplamente utilizada como ornamental, frutífera e medicinal, sendo uma das primeiras plantas nativas a serem cultivadas nos quintais de casa.
Esta planta está distribuída em regiões da Argentina, Uruguai e Brasil, de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul. A árvore é de pequeno porte, com tronco liso e de cor pardo claro, possui casca fina, descama-se em placas, apresentando aspecto malhado, de cor acinzentado. As folhas são de estrutura simples, opostas, aromáticas, ovadas. As flores são solitárias, brancas, hermafroditas e tetrâmeras. Os frutos solitários tipo drupa, globoso e sulcadas brilhantes e de cor vermelha (LORENZI & MATOS, 2002).
O uso medicinal da planta é ampla. Segundo o conhecimento popular, as folhas e frutos são usadas em várias regiões como exitantes, antidiarréico, hipoglicemiante, diurético, anti febril, anti-reumático. Também é indicado, por exemplo, o extrato alcoólico, preparado com duas colheres das de sopa de folhas picadas e deixadas em maceração durante 7 dias em uma xícara das médias com álcool de cereais a 70%, que deve ser ministrado na dose de 10 gotas diluídas em água , duas vezes ao dia, contra bronquites, tosses, ansiedade, hipertensão e verminoses (LORENZI & MATOS, 2002).
Os frutos podem ser consumidas ao natural ou em doce, geléias, licores e refrescos sendo mediamente ricos em vitamina C (LORENZI & MATOS, 2002).
Além disso, madeira pode ser usada como cabo de ferramentas e lenha (BAKES; IRGANG,).
Sua importância ecológica é atribuída pelos frutos na alimentação de pássaros, peixes e mamíferos. Este motivo já é suficiente para recomendação da planta para o enriquecimento e recomposição de áreas degradadas de preservação permanente como margens de fontes, rios e reservatório (BAKES; IRGANG, ).
É largamente cultivada nas Américas, Ásia, África e Europa por seus inúmeros cultivares. Uma das rações é pela sua fácil propagação por sementes. Dissemina-se por pássaros, propaga-se muito bem em solos úmidos. Os frutos devem ser colhidas quando maduras e, para a armazenagem, as sementes devem ser separadas dos frutos (BAKES; IRGANG, ). Para o plantio, pode ser feito semeadura direta dos frutos em recipientes individuais mantidas à sombra. A germinação ocorre em 20 a 50 dias. As mudas cresceram melhor sob condição de luz plena (SCALON, et al., 2001). A floração acontece de agosto a novembro e a frutificação de outubro a janeiro.
Porem, em relação ou atributo medicinal, há uma necessidade de mais pesquisas que possam auxiliar no tratamento cada vez mais racional, não apenas para esta, mas com inúmeras outras plantas nativas. O conhecimento popular tem contribuição muito nas pesquisas sobre plantas medicinais, inúmeras vezes comprovada por ensaios farmacológicos. Portanto, é fundamental valorização dos conhecimento populares e da nossa fauna e flora rica e diversidade.

Bibliografias

BACKES, PAULO; IRGANG, BRUNO. Árvores do Sul Guia de Identificação e Interesse Ecológico. S.1, s.ed, s.d., 326 p.

LORENZI, H. MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil. Nativas e exóticas. Editora Nova Odessa, 2002.

SCALON, SILVANA DE PAULA QUINTÃO, SCALON FILHO, HOMERO, RIGONI, MARILÚCIA ROSSI GERMINAÇÃO E CRESCIMENTO DE MUDAS DE PITANGUEIRA (Eugenia uniflora L.) SOB CONDIÇÕES DE SOMBREAMENTO. Rev. Bras. Frutic., dez. 2001, vol.23, no.3, p.652-655.
Ipê roxo
Sinonímia: Ipê roxo, pau de arco roxo, ipê rosa, ipê-roxo-da-mata, lapacho, peúva, piúva.

Nome Científico: Tabebuia avellanedae Lor. ex Griseb.
Família: Bignoniaceae

O Ipê roxo tem grande importância ecológica em seu ambiente natural, na medicina tradicional ou popular possui inúmeros atributos medicinais e, devido sua floração, é empregada na ornamentação. Infelizmente, a planta sofreu longos anos de predação.
A planta é decídua, perde suas folhas durante o inverno, costuma ocorre em solos argilosos, geralmente, desenvolve-se bem nas beiras dos rios. É uma espécie de ampla distribuição na América do Sul. Ocorre, praticamente, em todo o território brasileiro desde a Amazônia até ao Rio Grande do Sul (LORENZI & MATOS, 2002).
Uma das características mais marcantes são as flores que são vermelhas arroxeadas, cobrindo quase toda a planta ficando quase completamente sem folhas durante a floração. Sendo um dos grandes motivo para o usado como ornamentação de ruas, praças ou jardins (LORENZI & MATOS, 2002).
Tem uma grande importância ecológica contribuindo para formações climáticas e reproduz-se como pioneiras em capoeiras ajudando na evolução desses ecossistemas (BAKES; IRGANG, ).
O Ipê Roxo é muito usada pela medicina popular. O decocto da casca é usada como cicatrizante e em casos de úlceras, diabetes, câncer e em infecções externas. O chá das entrecascas é usado no tratamento contra gripes e é considerado depurativo do sangue. Tem efeito analgésico e é uma das árvores mais estudadas sob aspecto medicinal de comprovados resultados (LORENZI & MATOS, 2002).
A madeira é muito dura de cor castanho claro usado para dormentes, tacos , portais, postes, construção civil como vigas e na construção naval como quilhas de navios, mobiliários instrumentos musicais etc. Na casca, são extraídos ácidos, sais alcalinos e corante que é usado para tingir algodão e seda (LORENZI & MATOS, 2002).
Pela sua grande importância, a planta sofreu uma grande exploração e predação, ocorrendo risco de extinção. O cultivo é uma prática importante para a manutenção e preservação da espécie. Dissemina-se em vegetação secundária. A forma de propagação é feita por sementes que deveram ser semeadas imediatamente após a colheita em canteiros ou embalagens individuais. A germinação acontece em torno de 6 a 12 dias e o transplante poderá ser feito após 4 meses BAKES; IRGANG,).
Bibliografias

BACKES, PAULO; IRGANG, BRUNO. Árvores do Sul Guia de Identificação e Interesse Ecológico. S.1, s.ed, s.d., 326 p.
LORENZI, H. MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil. Nativas e exóticas. Editora Nova Odessa, 2002.














Marcela
Sinonímia: Macela, macela-amarela, macela-do-campo, macelinha, macela, paina, camomila-nacional

Nome Científico: Achyrocline satureoides (Lam.) DC
Família: Compositae (Asteraceae)

A marcela é uma das plantas medicinais mais utilizadas pela população, principalmente a do Rio Grande do Sul. Isso devido a uma forte tradição de muitos anos. Porem, segundo algumas pesquisas, a prática extrativista está elevando-a em risco de extinção.
Planta é herbácea perene, ereta ou de ramos decumbentes, muito ramificada nativa de campos e áreas abertas do sul e sudeste do Brasil. Folhas simples, flores em forma de inflorescência terminais e axilares com capítulos amarelados. (LORENZI, e MATOS, 2002).
A planta é muito usada na forma de chás, tinturas e compressas como diurético, antifebril, antiespasmódico, digestivo, analgésico, antiinflamatório, antisséptico, antidiarréico e calmante.
O chá de suas flores, folhas e ramos secos, na proporção de 5 gramas por litro de água fervente é usada no tratamento de problemas gástricos, cólicas de origem nervosa e epilepsia. (ALMEIDA, 1993). O chá também é sudorífero, diminui o colesterol, libera a menstruação. O banho elimina toxinas e manchas da pele. (FRANCO, 1998). Pesquisa pré-clínica desta planta revelou ação antiinflamatório, verificando pelo aumento da permeabilidade vascular. (BRASIL, 2006). Estudos farmacológicos de extratos de suas inflorescências demonstram atividade sedativa, analgésica, antiinflamatória, e antiespasmódica e antiespasmódica (OLIVEIRA, et al.; 2001).
Além das propriedades medicinais, as flores são utilizadas para o enchimento de travesseiros e almofadas. As mesmas fornecem matéria tintoriol para lã e clareia os fios de cabelo. (VELLOSO & PEGLOW, 2003). Além disso, pode ser utilizada para vários males em animais como mastite, fermentos e infecções nos olhos e como inseticida natural no controle de pulgões e borrachudos (DORNELLES, 2007).
Alguns estudos indicam que a planta possa desaparecer em alguns anos se o extrativismo intenso continuar e se não houver uma preocupação em cultiva-la (DORNELLES, 2007).
A melhor época para o plantio das sementes é nos meses de setembro e outubro, em covas superficiais para que possa haver muita luminosidade. As sementes são pequenas e são encontradas no fundo do recipiente no qual as flores são armazenadas para o uso durante o ano (DORNELLES, 2007). Prefere solos férteis e sol pleno. (SARTÓRIO et al, 2000).


Bibliografia

DORNELLES, JÚLIA CECILIANA. Preservação da marcela. Revista A Granja, maio, N.701, 2007.
LORENZI, H. MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil. Nativas e exóticas. Editora Nova Odessa, 2002.

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