Espinheira Santa
Sinonímia:
cancerosa, cancorosa, cancorosa, cancorosa de sete, espinho,
cancroso, congorça, coromilho do campo, espinheira divina, espinho
de deus, salva vidas, sombra de touro, erva cancrosa, erva santa,
etc.
Nome
Cientifico: Maytenus
ilicifolia
(Schrad.) planch.
Família:
Celastraceae.
A Espinheira Santa
é considerada uma planta de importância, pois é empregada na
medicina popular para o tratamento dos diferentes tipos de doenças,
na ornamentação e participa nas relações ecológicas em seu
ambiente natural. Apesar de sua distribuição ampla em diferentes
regiões, a mesma, corre risco de extinção. Por este motivo, seu
cultivo é uma das práticas para garantir a sobrevivência da
espécie.
É considerada
árvore de pequeno porte ou arbusto grande. Está distribuída
geograficamente no Paraguai, Bolívia, Argentina, Uruguai e grande
parte do Brasil como Mato Grosso do Sul, de São Paulo ao Rio Grande
do Sul. As folhas são simples, alternas, duras, com margem
geralmente espinhentas. As flores são pequenas de cor amarela. Os
frutos são capsuladas, oblongas, deiscentes de cor vermelha. Apesar
da planta ocorrer nas varias formas florestais, ela é
preferencialmente um componente da mata com araucária. Na região
sul ocorre em campos pedregosos sendo considerada uma planta pioneira
tardia, especialmente ao longo dos riachos (BAKES; IRGANG, )¹.
A planta é usada
como medicinal e varias pesquisas comprovam sua eficácia. O uso
desta planta na medicina popular vem sendo usada a muito tempo para a
cura de doenças estomacais como gastrite e úlceras, antisséptico,
entre outras. Na medicina herbalística dos EUA as folhas são
empregadas para úlceras , recomposição da flora intestinal,
inibição de bactérias patogênicas, como laxante, eliminar toxinas
através dos rins e pele, entre outros. As pesquisas com esta
planta iniciaram na década de 60, estimuladas por sua eficacia no
tratamento de úlcera e do câncer. Estudos revelaram que a planta
contém compostos antibióticas que mostram potente atividade
anti-tumoral e anti-leucêmica. Sua potente atividade anti
ulcerogênica foi demonstrada num estudo farmacológico de 1991,
confirmando que um simples extrato de água quente de sua folhas foi
tão eficaz quanto duas das principais drogas usadas para o
tratamento (ranitidina e cimetidina) (LORENZI; MATOS, 2002)².
Além da importância
na medicina popular, sua características dão um atributo
ornamental e ecológica. Suas folhas e frutos, são semelhantes a
"azevinho" (uma planta usada nas decorações de natal,
principalmente no hemisfério norte), tendo por esta razão sido
introduzida no paisagismo (LORENZI;
MATOS, 2002)². Por ser uma
espécie frutífera, tem grande importância ecológica em seu
habitat natural, pois vários pássaros se alimentam dos seus frutos
capsulados (BAKES;
IRGANG, )¹.
As plantas nativas
geralmente são extraídas diretamente da natureza, sem uma
preocupação com o cultivo. Devido sua importância medicinal, as
coletas das folhas e outras partes das planta foram sendo coletadas
ao longo dos anos para preparo de chás e infusões sem se preocupar
em poder cultivar nos próprios quintais. Hoje restam poucos
exemplares na natureza, considerada ameaçada de extinção.
Por estes motivo, o
cultivo é uma das melhores formas para a preservação da espécie,
podendo ser feita diretamente em canteiros através de sementes. As
sementes são postas para germinar logo após colhidas. A germinação
acontece em 15 a 20 dias. O plantio é feito entre 5 a 7 meses depois
de semeadas (BAKES; IRGANG, )¹. A floração acontece nos meses de
agosto a outubro e a frutificação de outubro a janeiro³.
Bibliografias
1
BACKES, PAULO; IRGANG, BRUNO. Árvores do Sul Guia de
Identificação e Interesse Ecológico. S.1, s.ed, s.d., 326 p.
2
LORENZI, H. MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil. Nativas
e exóticas. Editora Nova Odessa, 2002.
3 Observado no PMTec
URI.
Pitanga
Sinonímia: pitanga
branca, pitanga do mato, pitanga rósea, pitanga roxa, pitangatuba,
pitangueira, ubitanga, pitangueira-vermelha, ibipitanga, ubipitanga,
ginja, jinja.
Nome
Científico: Eugenia
uniflora L.
Família: Myrtaceae
A pitangueira é
uma planta frutífera entre as mais conhecida e divulgada que se
conhece de fruta nativa. A espécie é amplamente utilizada como
ornamental, frutífera e medicinal, sendo uma das primeiras plantas
nativas a serem cultivadas nos quintais de casa.
Esta planta está
distribuída em regiões da Argentina, Uruguai e Brasil, de Minas
Gerais ao Rio Grande do Sul. A árvore é de pequeno porte, com
tronco liso e de cor pardo claro, possui casca fina, descama-se em
placas, apresentando aspecto malhado, de cor acinzentado. As folhas
são de estrutura simples, opostas, aromáticas, ovadas. As flores
são solitárias, brancas, hermafroditas e tetrâmeras. Os frutos
solitários tipo drupa, globoso e sulcadas brilhantes e de cor
vermelha (LORENZI & MATOS, 2002).
O uso medicinal da
planta é ampla. Segundo o conhecimento popular, as folhas e frutos
são usadas em várias regiões como exitantes, antidiarréico,
hipoglicemiante, diurético, anti febril, anti-reumático. Também é
indicado, por exemplo, o extrato alcoólico, preparado com duas
colheres das de sopa de folhas picadas e deixadas em maceração
durante 7 dias em uma xícara das médias com álcool de cereais a
70%, que deve ser ministrado na dose de 10 gotas diluídas em água ,
duas vezes ao dia, contra bronquites, tosses, ansiedade, hipertensão
e verminoses (LORENZI & MATOS, 2002).
Os frutos podem ser
consumidas ao natural ou em doce, geléias, licores e refrescos sendo
mediamente ricos em vitamina C (LORENZI & MATOS, 2002).
Além disso,
madeira pode ser usada como cabo de ferramentas e lenha (BAKES;
IRGANG,).
Sua
importância ecológica é atribuída pelos frutos na alimentação
de pássaros, peixes e mamíferos. Este motivo já é suficiente para
recomendação
da planta
para o enriquecimento e recomposição
de áreas degradadas de preservação permanente
como margens de fontes, rios e reservatório (BAKES; IRGANG, ).
É
largamente cultivada nas Américas, Ásia, África e Europa por seus
inúmeros cultivares. Uma das rações é pela sua fácil propagação
por sementes. Dissemina-se por pássaros, propaga-se muito bem em
solos úmidos. Os frutos devem ser colhidas quando maduras e, para a
armazenagem, as sementes devem ser separadas dos frutos (BAKES;
IRGANG, ). Para o plantio, pode ser feito semeadura direta dos frutos
em recipientes individuais mantidas à sombra. A germinação ocorre
em 20 a 50 dias. As mudas
cresceram melhor sob condição de luz plena (SCALON, et al., 2001).
A
floração acontece de agosto a novembro e a frutificação de
outubro a janeiro.
Porem, em relação
ou atributo medicinal, há uma necessidade de mais pesquisas que
possam auxiliar no tratamento cada vez mais racional, não apenas
para esta, mas com inúmeras outras plantas nativas. O conhecimento
popular tem contribuição muito nas pesquisas sobre plantas
medicinais, inúmeras vezes comprovada por ensaios farmacológicos.
Portanto, é fundamental valorização dos conhecimento populares e
da nossa fauna e flora rica e diversidade.
Bibliografias
BACKES,
PAULO; IRGANG, BRUNO. Árvores do Sul Guia de Identificação e
Interesse Ecológico. S.1, s.ed, s.d., 326 p.
LORENZI,
H. MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil. Nativas e
exóticas. Editora Nova Odessa, 2002.
SCALON,
SILVANA DE PAULA QUINTÃO, SCALON
FILHO, HOMERO, RIGONI,
MARILÚCIA ROSSI GERMINAÇÃO
E CRESCIMENTO DE MUDAS DE PITANGUEIRA (Eugenia
uniflora L.) SOB CONDIÇÕES
DE SOMBREAMENTO. Rev.
Bras. Frutic., dez. 2001, vol.23,
no.3, p.652-655.
Ipê roxo
Sinonímia: Ipê
roxo, pau de arco roxo, ipê rosa, ipê-roxo-da-mata, lapacho, peúva,
piúva.
Nome
Científico: Tabebuia
avellanedae Lor.
ex Griseb.
Família:
Bignoniaceae
O Ipê roxo tem
grande importância ecológica em seu ambiente natural, na medicina
tradicional ou popular possui inúmeros atributos medicinais e,
devido sua floração, é empregada na ornamentação. Infelizmente,
a planta sofreu longos anos de predação.
A planta é
decídua, perde suas folhas durante o inverno, costuma ocorre em
solos argilosos, geralmente, desenvolve-se bem nas beiras dos rios. É
uma espécie de ampla distribuição na América do Sul. Ocorre,
praticamente, em todo o território brasileiro desde a Amazônia até
ao Rio Grande do Sul (LORENZI & MATOS, 2002).
Uma das
características mais marcantes são as flores que são vermelhas
arroxeadas, cobrindo quase toda a planta ficando quase completamente
sem folhas durante a floração. Sendo um dos grandes motivo para o
usado como ornamentação de ruas, praças ou jardins (LORENZI &
MATOS, 2002).
Tem uma grande
importância ecológica contribuindo para formações climáticas e
reproduz-se como pioneiras em capoeiras ajudando na evolução desses
ecossistemas (BAKES; IRGANG, ).
O Ipê Roxo é
muito usada pela medicina popular. O decocto da casca é usada como
cicatrizante e em casos de úlceras, diabetes, câncer e em infecções
externas. O chá das entrecascas é usado no tratamento contra gripes
e é considerado depurativo do sangue. Tem efeito analgésico e é
uma das árvores mais estudadas sob aspecto medicinal de comprovados
resultados (LORENZI & MATOS, 2002).
A madeira é muito
dura de cor castanho claro usado para dormentes, tacos , portais,
postes, construção civil como vigas e na construção naval como
quilhas de navios, mobiliários instrumentos musicais etc. Na casca,
são extraídos ácidos, sais alcalinos e corante que é usado para
tingir algodão e seda (LORENZI & MATOS, 2002).
Pela sua grande
importância, a planta sofreu uma grande exploração e predação,
ocorrendo risco de extinção. O cultivo é uma prática importante
para a manutenção e preservação da espécie. Dissemina-se em
vegetação secundária. A forma de propagação é feita por
sementes que deveram ser semeadas imediatamente após a colheita em
canteiros ou embalagens individuais. A germinação acontece em torno
de 6 a 12 dias e o transplante poderá ser feito após 4 meses BAKES;
IRGANG,).
Bibliografias
BACKES,
PAULO; IRGANG, BRUNO. Árvores do Sul Guia de Identificação e
Interesse Ecológico. S.1, s.ed, s.d., 326 p.
LORENZI,
H. MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil. Nativas e
exóticas. Editora Nova Odessa, 2002.
Marcela
Sinonímia: Macela,
macela-amarela, macela-do-campo, macelinha, macela, paina,
camomila-nacional
Nome
Científico: Achyrocline satureoides
(Lam.) DC
Família: Compositae
(Asteraceae)
A marcela é uma
das plantas medicinais mais utilizadas pela população,
principalmente a do Rio Grande do Sul. Isso devido a uma forte
tradição de muitos anos. Porem, segundo algumas pesquisas, a
prática extrativista está elevando-a em risco de extinção.
Planta é herbácea
perene, ereta ou de ramos decumbentes,
muito ramificada nativa de campos e áreas abertas do sul e sudeste
do Brasil. Folhas simples, flores em forma de inflorescência
terminais e axilares com capítulos amarelados. (LORENZI, e MATOS,
2002).
A planta é muito
usada na forma de chás, tinturas e compressas como diurético,
antifebril, antiespasmódico, digestivo, analgésico,
antiinflamatório, antisséptico, antidiarréico e calmante.
O chá de suas
flores, folhas e ramos secos, na proporção de 5 gramas por litro de
água fervente é usada no tratamento de problemas gástricos,
cólicas de origem nervosa e epilepsia. (ALMEIDA, 1993). O chá
também é sudorífero, diminui o colesterol, libera a menstruação.
O banho elimina toxinas e manchas da pele. (FRANCO, 1998). Pesquisa
pré-clínica desta planta revelou ação antiinflamatório,
verificando pelo aumento da permeabilidade vascular. (BRASIL, 2006).
Estudos farmacológicos de extratos de suas inflorescências
demonstram atividade sedativa, analgésica, antiinflamatória, e
antiespasmódica e antiespasmódica (OLIVEIRA, et al.; 2001).
Além das
propriedades medicinais, as flores são utilizadas para o enchimento
de travesseiros e almofadas. As mesmas fornecem matéria tintoriol
para lã e clareia os fios de cabelo. (VELLOSO & PEGLOW, 2003).
Além disso, pode ser utilizada para vários males em animais como
mastite, fermentos e infecções nos olhos e como inseticida natural
no controle de pulgões e borrachudos (DORNELLES, 2007).
Alguns estudos
indicam que a planta possa desaparecer em alguns anos se o
extrativismo intenso continuar e se não houver uma preocupação em
cultiva-la (DORNELLES, 2007).
A melhor época
para o plantio das sementes é nos meses de setembro e outubro, em
covas superficiais para que possa haver muita luminosidade. As
sementes são pequenas e são encontradas no fundo do recipiente no
qual as flores são armazenadas para o uso durante o ano (DORNELLES,
2007). Prefere solos férteis e sol pleno. (SARTÓRIO et al, 2000).
Bibliografia
DORNELLES, JÚLIA
CECILIANA. Preservação da marcela. Revista A Granja, maio, N.701,
2007.
LORENZI,
H. MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil. Nativas e
exóticas. Editora Nova Odessa, 2002.
Nenhum comentário:
Postar um comentário