sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Planos de aula: Plantas medicinais e meio ambiente


Tema

           Plantas medicinais: Saúde e Meio Ambiente

Objetivo do tema

  • Conscientizar sobre a necessidade da preservação da biodiversidade local, partindo da necessidade de conhecer plantas medicinais, a fim de reavaliar conceitos e buscar sensibilizar, através de atitudes simples, à educação ambiental.


Conteúdos a serem desenvolvidos

  • A preservação da biodiversidade é a garantia da medicina e da agricultura no presente e no futuro:
  • Histórico sobre as plantas medicinais, suas relações com os seres humanos e com a natureza:
  • Benefícios das plantas medicinais à saúde humana:
  • Escolha da planta certa e precauções contra o mal uso:


Objetivos dos Conteúdos

  • Conhecer uma variedade de espécies de plantas medicinais, modo de preservação e cultivo:
  • Montagem de uma horta, para pequenos espaços, com garrafa PET:
  • Conscientizar sobre a necessidade da preservação do meio ambiente fortalecendo uma posição crítica sobre os diferentes valores e benefícios que o mesmo pode proporcionar para o ser humano:
  • Inferir no passado histórico do ser humano em relação ao uso de plantas medicinais a fim de perceber as relações íntimas, compreensão e direcionamento no contexto natureza e ser humano na atualidade:
  • Conhecer alguns benefícios que as plantas medicinais possam trazer à saúde humana:
  • Buscar informar sobre necessidade de uso racional e chamar atenção a importância da identificação correta das plantas medicinais para evitar mal uso e confusão entre espécies:
  • Conhecer métodos de cultivo para evitar o extrativismo predatório:
  • Incentivar, através de uma oficina, a interação dos alunos com o meio ambiente de forma prática, aprendendo a cultivar pequenas plantas de modo que aprendam também a aproveitar pequenos espaços e materiais de baixo custo, como materiais recicláveis, para manter hortas em casas, apartamentos ou mesmo em locais de trabalho.


Problematização

  • Os alunos utilizam plantas medicinais?
  • Para que fim utilizam as plantas medicinais e como é a forma de preparação?
  • As plantas medicinais fazem bem a saúde?
  • Qual a diferença entre plantas medicinais e fitoterápicos?
  • Onde se obtém as plantas medicinais?
  • Porque é importante cultivar plantas medicinais?
  • Como se cultiva e quem cultiva plantas medicinais?
  • É possível cultivar plantas em pequenos espaços?


Materiais necessários:

  • 1 ou 2 Garrafas PET ou embalagens de leite (necessário que tenha pelo menos 20 cm de profundidade) por aluno;
  • Tesoura;
  • 15 cm³ de terra fértil (adubada) por aluno;
  • Mudinhas ou sementes.


Procedimentos

  • Cortar a garrafa PET à altura de 20 cm a partir da base. Fazer furos no fundo para dar vasão a água e coloque terra. Em seguida plantar as mudas ou sementes. Com suporte podem ser usadas caixas de ovos, tampas de potes de margarina, etc, para que as garrafas não fiquem dispostas diretamente no chão e, de tempos em tempos, estes suportes podem ser substituídos, pois podem apodrecer com a umidade que escorre do excesso de água pelos furinhos da garrafa. (MARONGON, 2007; LAREDO, 2006 ).
  • A parte superior da garrafa pode ser usada para reter a água. Para tal, encaixa-as com arame embaixo da base, e coloque em um suporte (LAREDO, 2006).


Aprofundamento

        O uso de plantas para fins medicinais é muito antiga. Desde os mais remotos tempos da antiguidade o homem busca plantas medicinais para o tratamento de suas enfermidades. Hoje, há uma constante busca de qualidade de vida e, portanto, prioriza-se as ervas medicinais que, popularmente, tiveram sempre uma grande importância para aliviar dos diferentes males. 
        Para que esta busca seja feita com sucesso, há uma necessidade de resgatar e valorizar o conhecimento da medicina popular, muitas delas comprovadas cientificamente. Além disso, é fazer trabalhos de educação ambiental, orientação e incentivo ao uso e manejo correto de plantas medicinais.
         Desde os tempos mais antigos o homem busca na natureza recursos para melhorar sua própria condição de vida. Quando, ao passar dos anos, se descobria que as plantas tinha um efeito sobre o organismo e atribuíam este fato a rituais religiosos (LORENZI e MATOS, 2002). Atualmente, cerca de 80% da população Mundial faz uso das plantas medicinais. A população busca medicamentos naturais visando reduzir efeitos colaterais (LORENZI e MATOS, 2007).


O que são plantas medicinais e que são princípios ativos?


         Plantas medicinais são plantas que administradas sob qualquer forma e por qualquer via, exercem algum tipo de ação fitoterápica devido a presença de princípios ativos.
      Para compreender o que é um princípio ativo, podemos fazer uma comparação entre a diferença entre a defesa de um animal e de uma planta. O animal tem sistema nervoso, órgãos dos sentidos e sistema de locomoção, dentes, unhas e, por isso consegue, muitas vezes, escapar ou se defender, já a planta está fixa ao solo e acaba tendo outros mecanismos de defesa predominantes, entre eles os compostos químicos que, quando ingerida cansam um reação no organismo. Os compostos químicos produzidos poderão fazer mal ou bem. Se fizerem bem, então, é chamada de principio ativo, pois age no organismo contra um determinada enfermidade. Quando fizer mal, este principio ativo, geralmente, já se tornou um dose muito elevada, provocando um desequilíbrio fisiológico no corpo, torna-se uma substância toxica.
        As plantas medicinais, além dos constituintes ativos, possui vários outros compostos que influenciam na sua ação. Em muitos casos, estes protegem os constituintes ativos de alterações como oxidações, hidrólises ou até permitir uma melhor absorção pelo organismo (CUNHA et al., 2003 ). Outros mecanismos de defesa da planta são os espinhos, acúleos, células pétreas, etc. 

Confusões entre espécies de plantas

          Diante a grande variedade de plantas usadas pela medicina popular, é bem comum as constantes confusões entre as plantas. Uma planta pode ter vários nomes dependendo da região.
Ex: Maytenus ilicifolia, pode ter como nome popular: Espinheira Santa, Cancerosa, Cancorosa, Cancorosa de Sete Espinhos, Cancrosa, Congorça, Coromilho do Campo, Espinheira Divina, Espinho de Deus, Maiteno, Salva Vidas, Sombra de Touro, etc.
          Outro exemplo na confusão entre as espécies: Nome popular: As quatro podem ser chamadas de Erva Cidreira nas cada uma delas tem um nome científico diferente.
Cymbopogon citratus,            Lippia alba,                Melissa officinalis,             Aloysia triphylla

         Poderia-se questionar os alunos se conhecem pelo menos uma das plantas acima como erva cidreira, explicando que em determinadas regiões uma destas ou uma outra planta, além destas, poderá ser chamada pelo mesmo nome popular.

Cultivo de plantas medicinais

           Para o cultivo de plantas medicinais não há necessidade de áreas muito grandes. É possível, por exemplo, cultivar hortelã, poejo, erva-doce, erva-cidreira, alecrim e outras até mesmo em apartamentos. Como qualquer planta, as ervas medicinais necessitam de cuidados especiais como providenciar um local adequado para elas terem à disposição água em abundância, ter exposição boa ao sol, principalmente pela manhã e avaliar a qualidade de solo, tanto também, o tipo de recipiente onde as plantas serão cultivadas. (UPNMOOR, 2003).
           A adubação orgânica é considerada uma tecnologia onde não se permite o uso de fertilizantes minerais industrializados (solúveis) defensivos agrícolas. Aplica-se ao solo matérias orgânicos, constituídos por resíduos (vegetais, animais, urbanos e industriais). Atribui-se que os alimentos produzidos organicamente são mais naturais, mais saudáveis ou mais nutritivos que os produzidos convencionalmente, porem pesquisas sobre o assunto ainda não comprovam tal fato (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIÊNCIA 2004).
           Os materiais orgânicos devem ser aplacados imediatamente antes da semeadura ou plantio, para o a melhor aproveitamento dos nutrientes diminuindo as perdas por escoamento superficial e lixiviação. Para diminuir a perada de amônia por volatilização, os estercos devem ser aplicados em dias com temperatura baixas ou antes de uma chuva ou irrigação (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIÊNCIA 2004).

Propagação

          Segundo Corrêa (1994), a obtenção de mudas pode ser feita de diversas maneiras, podendo ser através da propagação sexuda e assexuada.
PROPAGAÇÃO SEXUADA: Sementes; Sementeira transplante; Semeadura direta
PROPAGAÇÃO ASSEXUADA: Estacas de folhas; Estacas de caules; Estacas de raízes; Bulbos; Rizomas; Rebentos; divisão de touceiras.
PRAGAS E DOENÇAS
           Apresentam geralmente alta resistências ao ataque de doenças e pragas com ácaros, bactérias, besouros, cochonilhas, formigas, fungos, lagartas, lesmas, nematóides, percevejos, pulgões, vírus (CORRÉIA, 1994).

Controle de pragas

           Algumas plantas podem ser plantadas em pontos estratégicos para controle de pragas.
Afavaca: seu cheiro repele moscas e mosquitos. Não deve ser plantada perto da arruda.
Funcho: não se da bem com nenhuma planta.
Hortelã: o seu cheiro repele lepidópteros tipo borboleta de couve podendo ser plantada como bordadura de lavoura.
Manjerona: melhora o aroma das plantas.
Alecrim: mantém afastados a borboleta-da-couve e a mosca da cenoura.
Catinga de mulata: o aroma mantém afastado os insetos voadores. Pode ser planta da em toda a área.
Tomilho: mantém afastados a borboleta-da-couve
Losna: mantém animais fora da lavoura mas não faz bem a nenhuma outra planta.
Mil Folhas: bordadura
Arnica Brasileira: inibe a germinação de sementes de plantas daninhas (CORRÉA 1994).

Preparações

COZIMENTO: Deve-se preparar por fervura. O recipiente não deve atacar o princípio ativo. Para o cozimento deve-se usar formulas que realmente são indicadas para a fervura, caso contrário princípios ativos são destruídos ou evaporados pela fervura tornando o chá ineficaz. ( CUNHA et al., 2003).

EXTRATOS: Os extratos são preparações concentradas líquidas, sólidas ou de consistência intermédia, geralmente, obtidas de farmacos seco por maceração ou por lixiviação. No preparo por maceração, após a planta ser convenientemente dividida é misturada com solvente que na maior parte dos casos é o etanol. Na preparação por lixiviação a planta convenientemente dividida é misturada com solvente e após posto no lixiviador. ( CUNHA et al., 2003).

INFUSÃO: Lança-se água fervente sobre uma ou mais plantas divididas deixando atuar entre 5 a 15 minutos e em seguida deve ser coado ( CUNHA et al., 2003).

MACERADOS: Após a planta ser dividida, coloca-se num recipiente de porcelana ou de vidro e deixa-se o líquido extraído em lugar fresco, quase sempre por cerca de 12 horas após deve ser coado ou filtrado ( CUNHA et al., 2003).

PÓS: O pó de plantas é obtido para se fazer comprimidos ou drageias que em alguns casos podem ter revestimento entérico ( CUNHA et al., 2003).

TINTURAS: As tinturas são obtidas normalmente por maceração, lixiviação ou diluição de um extrato de farmacos secos ( CUNHA et al., 2003).

Montagem de uma horta, para pequenos espaços, com garrafa pet.

           A oficina de horta alternativa tem como proposta conscientizar e interagir na preservação do meio ambiente, bem como aprender a cultivar plantas de pequeno porte, com espécies medicinais e temperos utilizando locais de pouco espaço e com materiais reutilizáveis, tais como: garrafas PET, caixa de leite, potes de margarina entre outros.

Plantas medicinais que poderiam ser plantadas com os alunos:
Alfavaca Nome Científico: Ocimum basilicum
Boldo Nome Científico: Plectranthus barbatus Andr.
Capuchinha Nome Científico: Tropaeolum majus L
Carqueja Nome Científico: Baccharis trimera (Less.) DC.
Cavalinha Nome Científico: Equisetum giganteum L.
Erva Cidreira Nome Científico: Lippia alba (Mill.) N.E. Br.
Funcho Nome Científico: Foeniculum vulgare Mill.
Guaco Nome Científico: Mikania glomerata Spreng.
Hortelã Nome Científico: Mentha piperita L.
Melissa Nome Científico: Melissa officinalis L
Orégano Nome Científico: Origanum vugare L.
Violeta Nome Científico: Viola odorata L.

           As garrafas plásticas de material PET podem ser reaproveitadas para cultivar vegetais de pequeno porte, ervas medicinais, temperos, presos em muros e paredes ou apoiadas em suporte de diferentes materiais (MARONGON, 2007).
           Para mostrar aos alunos que muitos dos alimentos que consomem são produzidos pela terra, nada como montar uma horta. O trabalho se torna ainda mais rico quando eles aprendem a plantar e a colher os vegetais. Mesmo que a escola não tenha uma área livre para esse fim, é possível desenvolver o trabalho. O modelo aqui proposto, com vasos feitos de garrafas PET, possibilita cultivar temperos, plantas medicinais entre outras (MARONGON, 2007).

Cuidados com as plantas

          Escolher um local onde os vasos serão colocados, solos ricos em matéria orgânica e bola drenagem das regas. O primeiro passo é misturar bem a terra e o adubo orgânico. A rega deve ser feita duas vezes por dia, se for verão e uma vez, se for inverno, de preferencia nas primeiras horas do dia e não quando o sol tiver forte. O vaso deve ficar pelo menos 5 horas por dia no sol e mantida em local arejado. Retire sempre as ervas daninhas e todas as impurezas da terra (MARONGON, 2007).
           Sugestão: após feito, os alunos poderão levar para casa ou então montamos um horto na própria escola. Ou então os dois dependendo da quantidade de alunos e de mudas disponíveis.

Bibliografia

LORENZI, H. MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil. Nativas e exóticas. Editora Nova Odessa, 2002.

NEWALL, C. A; ANDERSON, L.A.; PHILLIPSON, J. D; Plantas Medicinais Guia para Profissionais da saúde, São Paulo: Editora Premier 2003.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIÊNCIAS DO SOLO. COMISSÃO DE QUÍMICA E FERTILIDADE DO SOLO. Manual de adubação e calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.10 ed. Evangraf: Porto Alegre, 2004.

SRT, MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA, SISTEMA BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Disponível em: < http://sbrt.ibict.br/upload/sbrt763.pdf>. Acesso em maio de 2007.

MARANGON, CRISTIANE. Uma horta suspensa para criança. Disponível em:< http://novaescola.abril.com.br/index.htm?ed/162_mai03/html/faca> acesso em: maio de 2007.


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